quinta-feira, 2 de março de 2017

Meia Maratona Ovar

“Quilómetro 16, finalmente bati o meu recorde em corrida de estrada. Bem agora é só seguir em frente e estou … Mas que é isto?! Vou ter que correr isto tudo e voltar para trás? Devem estar a gozar comigo!”



Após uma grande vitória pessoal que tinha sido na prova de 24 Horas Portugal, eis que surge a minha primeira Meia Maratona. Finalmente irei ficar meio maratonista. O empeno que levei não era para menos, mas nada melhor que 21 KM em estrada para um novo teste. Felizmente não tive nenhuma lesão nem nada que se pareça, até tive uma boa e rápida recuperação.
Este foi era um dos meus objectivos, no entanto não esperava o fazer tão cedo.

- Se fiz 24 horas a correr e até que me aguentei, este também faço com facilidade certo?
- Não!

A meia maratona de Ovar é uma prova já com bastantes edições e com boa projecção a nível nacional, aliado a isto só tinha boas indicações da prova.

- Boa prova para se fazer e iniciar os meus primeiros 21 KM em estrada certo?
- Certo!

Levantar cedo, e cedo erguer dá saúde e faz crescer.
Mais um Domingo que me levanto cedo, e seguimos o habitual ritual de comer, equipar, etc…
Ia em grupo, e ficou combinado irmos um pouco mais cedo para levantar os dorsais.
Quando cheguei a Ovar estava bastante nevoeiro e frio. Ora bem isto deve abrir, vamos levar uma camisola e depois deixo com o pessoal que vai na caminhada. Adoro quando vai pessoal à caminhada em provas que faço, assim levam as minhas coisas. Estou a ser mau, não é?

Seguimos em direcção à partida e eis que reparo que não vejo nada onde se levanta os dorsais, e então pergunto a outros atletas que já ali andam com os dorsais colocados e prontos para a partida. Para meu espanto o levantamento era bastante distante da partida, quando já tinha pouco tempo para o fazer.
Nos dias antes da meia maratona andei a ver algumas provas que iria participar, ao ver onde era o levantamento dos dorsais, devo ter confundido com outra que indicava que era na partida. Devia ter confirmado no dia anterior, e não o fiz. Para o caso de não ter tempo para o aquecimento, já o fui fazendo até ao secretariado.
Para ajudar a esta correria toda, estava uma fila infernal, que tão cedo não sairia dali.
Entro numa outra porta e consigo avançar para a mesa e levanto os dorsais. Mais uma corrida até à meta e consegui chegar antes de se iniciar a prova.
Coloquei o dorsal, retirei a camisola que naquele momento já estava a aquecer demais e vamos para mais uma corrida.
Como eu adoro esta correria toda! Mas afinal viemos para isso mesmo, correr.

Tiro de partida e aqui vamos nós. Tendo ficado um pouco atrás tive que ir um pouco a passo.
Muita gente a apoiar, e muitos a correr. Não gosto muito de ir no meio de tanta gente a correr e faço talvez o maior erro da prova toda. Estava entusiasmado e ansioso por me libertar da confusão e coloquei um ritmo mais alto para ultrapassar rapidamente. Damos duas voltas ao percurso pelo centro da cidade e finalmente saímos em direcção à praia do Furadouro.

Após a saída, já numa subida de ligeira inclinação, reparo que me adiantei muito para aquilo que estava previsto fazer, mas estava confiante e a sentir-me bem. Mantive um ritmo certo e sigo a minha viagem. Cerca de 7/8 quilómetros feitos e começa o sol a aparecer para aquecer tudo e todos.
Chego ao quilómetro 10 um pouco ofegante talvez devido ao calor e ao repentino arranque que tive, mas felizmente aparece o abastecimento liquido e refresco-me. Dali para a frente era uma estrada em linha recta com alguma extensão onde fui aproveitando as sombras que ali iam aparecendo. Continuo em direcção à praia, já numa outra estrada também em linha recta, e começo a ver alguns atletas a desistir. Continuo na minha, que já falta menos de metade, e vou vendo quem vem do outro lado já em direcção à meta, para minha distracção.
Chegando finalmente ao Furadouro, começo a avistar um aglomerar de pessoas apenas com um pequeno caminho entre elas. Este foi um dos momentos altos do percurso, dava para arrepiar, aquando a passagem, tínhamos um excelente apoio de todos que ali se encontravam. O apoio era para todo o atleta que ali passava, mas o mesmo tempo parecia individual, como se um grupo de conhecidos ali estivessem. Fantástico, para dar aquele impulso que tanto precisava e voltar a fazer a última recta, mas em sentido contrário.

Se não estou em erro, o máximo que até aquele momento tinha conseguido correr sem parar em estrada, foi de 15 KM. Apesar de saber já de antemão que se terminasse esta prova que iria bater esse recorde. Quando atingi o 16º quilometro, deu para pôr um sorriso na cara e saber que dali para a frente seria uma nova conquista a nível individual.
Ora, se em todas as provas sempre tive uma boa logística de saber os locais correctos para levantamento de dorsais, locais de partida, percursos, etc, neste foi um completo desastre neste aspecto. Isto porquê?
Logo após este momento de superação pessoal, aproximo-me de uma rotunda, que sabia que poucos quilómetros me faltavam para o final e que era só seguir em frente e chegava à meta, mas a minha cabeça naquele momento não devia estar bem a fazer as contas, pois faltavam cerca de 5 quilómetros até ao final. Qual é o meu espanto, quando vejo que em vez de seguir em frente, tenho que virar à direita para outra estrada e voltar para trás novamente, quando tudo podia ser feito mais rápido se fosse em frente.

(Pensamento naquele momento: “- Mas que raio! Estes gajos estão a gozar comigo! Estou f@#!&$* !”)

- Explicação muito confusa?
Resumindo: estava bem psicologicamente e fisicamente, quando vi onde estava, pensei que iriamos seguir em frente e chegava rapidamente à meta. No entanto tivemos que virar à direita para fazer uma recta, com retorno e cerca de 2 quilómetros no total.
- Mais fácil?

Para o caso de haver dúvidas!

Ia muito bem fisicamente, e até estava admirado comigo mesmo, mas como já me tinham dito, o psicológico pode acabar com o físico em segundos. E foi o que me aconteceu. Acabei por baixar bastante o ritmo, e ser ultrapassado. Nem o entretenimento de ir ver quem já voltava do retorno me distraia daquela recta que parecia nunca mais acabar.
O calor já se fazia sentir há bastante tempo, e acho que aqui devia ter existido um posto de abastecimento, e não já perto da meta como encontramos mais à frente.
Fui-me muito abaixo nesta zona. Feito o retorno, vamos continuar que estou já perto e a meia maratona já não me foge. Os últimos quilómetros foram feitos com um pouco de inclinação para logo seguida descer em direcção à meta.

Com 1:43h termino os meus primeiros 21 KM com uma fase final muito desgastante, mas vitoriosa. No geral, gostei bastante do percurso, e do apoio que existia nas ruas.

Para o ano se tudo correr bem, será uma das provas com nova passagem.

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